Antes da Covilhã, por episódios
Na Volta da Nostalgia - Antes da Covilhã
Depois das histórias que fazem jus ao mito de que Coimbra sim tem mais encanto na despedida, entronquei agora noutras púngidas recordações escritas, há já mais de dois anos, para a Marta Miranda, a qual, curiosamente, viria a encontrar dois meses depois, de forma totalmente imprevisível, numa rua da Covilhã. Foi a primeira vez que estive em tal cidade. E ela também. Nenhum de nós fazia a menor ideia que o outro estaria por ali. E encontrámo-nos, aí, nessa rua estreita de cidade de província, às 21h da noite ou coisa assim.
O texto chama-se por isso, de forma apenas evocativa, ou seja, sem conteúdo algum, Antes da Covilhã, e apresenta algumas rasuras com respeito ao original. Isso explica-se pelo facto de ser uma carta e, portanto, nos dirigirmos a uma pessoa de forma que pode despertar sentimentos susceptíveis em terceiros, sobretudo se esses terceiros são aludidos. E dois anos é um tempo que já permite a revelação de alguns segredos, omissões, desatinos, transversalidades e considerações, mas não de todos, obviamente.Segue nos seguintes. Beijinhos. E que ninguém se magoe.
Antes da Covilhã, I
Para MARTA MIRANDA, 31 de Julho de 2002
Realmente, faz tempo que não falamos e tenho saudades tuas.Culpa minha porque não me informei devidamente do teu novo endereço de email, mas principalmente tua que não mo comunicaste, nem sequer tenho o teu actual nº de tm...Assim estaremos a partir de agora mais contactáveis, mutuamente, assim espero.De facto, tive a beber um copo com o Thom Yorke (e não Tom York, assim não casas com ele...) na sexta-feira passada no Aniki-Bóbó. Eh eh.Além da novidade da criação da revista, faço-te de bom grado um resumo dos meus últimos meses de vida, caso por ninguém tenhas sido informada:- Eu e a Xana rompemos (depois de tensões acumuladas ao longo de dois meses, que se revelariam fatais) em finais de Abril de 2001. Ela optou por deixar de me falar. Eu caguei.
Antes da Covilhã, II
- Sensivelmente nessa altura, comecei a andar com a Elza, uma pessoa extraordinária. Pelo menos, pensei assim até ela ter acabado comigo, em princípios de Setembro 2001.- Fiquei muito em baixo, até porque nunca percebi bem as razões que a levaram a cometer acto tão tresloucado. Foi depois da minha digressão europeia (tive uma semana na Bélgica, outra no Norte de Itália, e uma terceira em Madrid; foram umas férias féericas!).- Quando voltei, desfrutando ainda do maravilhoso trabalho no site da Yorn e das tremendas vantagens de mobilidade que me permitia, comuniquei-lhe que ia deixar de viver em Lisboa. Talvez essa tenha sido uma das razões. Mas ela nunca mo disse. Poderíamos ter conversado sobre o assunto.- De modos que, com o coração destroçado, sai mesmo de Lisboa. Aluguei um quarto em Coimbra, na RUA FERREIRA BORGES (sim, a sério!).
Antes da Covilhã, III
- Antes de me instalar lá, porém, fui a Faro (fim de Setembro) aproveitar as últimas deixas do Verão. Conheci a Margarida, com quem ainda mantenho hoje uma relação [Estamos em 31/7/2001]. Mas depois da Elza, [comentário censurado].- O último trimestre do ano passei-o a circular pelo país: Faro-Évora-Lisboa-Coimbra, sensivelmente à razão de uma semana em cada sítio. Consubstanciei-me enquanto entis viajatorius.- Entre Novembro e Dezembro tive uma aventura com Lina [parcialmente alterado].- Depois veio a má notícia: A Yorn ia cortar no orçamento, blá blá blá, prescindiram dos meus serviços. Fiquei na merda.- Em Janeiro e Fevereiro, continuando em Coimbra, procurei lá trabalho, e também no Porto, mas sem grande sucesso. Inscrevi-me num curso de Criação e Gestão de Empresas (daqueles de três meses em que não se aprende nada), uma vez que tinha algumas ideias para montar os meu próprios negócios.- Entretanto, entrei em rotura com a Visão. O último artigo meu que publicaram foi na primeira semana de Janeiro, 2002, sobre o Centro de Artes Performativas do Algarve (CAPA) e não gostei particularmente que me tivessem alterado o título e os últimos parágrafos do texto. Além disso, reduziram o pagamento.- Ainda assim, combinei mais dois artigos com eles, só que a coisa correu mal. O primeiro, sobre o Fantasporto, apareceu completamente alterado e sem o meu nome. O segundo, sobre o Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, ao que julgo, nem sequer foi publicado. Acontece que eu dei a cara pelos dois, fiz contactos, desloquei-me e no fim quem ficou mal visto fui eu. Não faço tenções de voltar a escrever para aquela revista de imbecis.
Antes da Covilhã, IV
- Tudo corria mal, portanto, até que recebi a visita de um amigo de infância, também chamado Alexandre, a pretexto de uma conferência sobre Globalização (um tema que lhe interessa), organizado pelo Boaventura Sousa Santos. Fui esperá-lo à Rodoviária e ele vinha com um sorriso de orelha a orelha. Razão: um concurso do Programa Europeu Leonardo da Vinci para trabalhar três meses em Itália, à razão de 999 euros mensais. Também fiquei entusiasmado.- Foi difícil aceitarem-me. Preferiam pessoas de Sociologia e de... Gestão de Empresas. Mas houve vagas que ficaram por preencher, eu insisti, levaram em conta o meu currículo e o facto de já falar um pouco de Italiano. Parti no início de Março para Lecce.- Lecce é a capital do Salento, uma subdivisão da Puglia. Fica no extremo sudeste da Itália, virado para a Grécia. É uma cidade de cem mil habitantes, mais 25 mil universitários. Cidade plana, de gente um pouco saloia mas muito simpática, deu para andar todos os dias de bicicleta e correr 3x por semana. Consegui assim abater as mega-calorias absorvidas diariamente com a pizza, a pasta, i bruschetti, i pannini, la puccia, i gelatti, ecc...- Fui destacado para o Centro di Turismo Culturale. O trabalho era uma merda - não fiz nada de jeito, mas quero lá saber. Fiz muitos amigos, viajei, diverti-me. Amores é que nada, ainda conheci umas quantas raparigas palpitantes, mas o máximo que consegui foi uma sessão de masturbação recíproca num jardim público às tantas da manhã. Sim, [é verdade:] a rapariga estava sobre o efeito de cocaína.
Antes da Covilhã, V
- Os três «affaires» que se começaram a desenhar, nunca se concretizaram por motivos absurdos: A MaSart [nome original censurado] porque estudava em Bari, vieram os exames e não voltou mais a Lecce; a Mazia [nome alterado] porque à última hora [motivo censurado] e ela ficou com remorsos de andar a flirtar comigo; a Vatti [nome alterado] porque... adoeceu[parcialmente censurado] e ficou de quarentana, precisamente quando me convidou para um romântico jantar na casa dela...- Houve ainda um episódio lamentável com uma osga que entrou no quarto que partilhava com meu amigo de infância supracitado. Quem tratou do bicho foi a nossa colega Sónia, uma destemida cabo-verdiana campeã de kick-boxing no seu país-natal. Entretanto, descobri que ela há anos que é minha vizinha em Évora, conhece os meus pais e tudo. Mas nunca nos tínhamos visto a não ser no dia em que fomos para Lecce. Todo este episódio estimulou a imaginação literária do meu parceiro Alexandre, que escreveu um pequeno conto ensaístico, o qual te mandarei depois, caso me consiga lembrar.- Voltei de Lecce no fim de Maio e, mais uma vez com o meu amigo Alexandre, fui inscrever-me num concurso público para um estágio de seis meses na CCRA (Comissão de Coordenação da Região Alentejo), aqui em Évora. Mas como se trata de um projecto ainda do Governo PS (nós estávamos em Itália aquando das eleições) o PSD está a sabotar e os atrasos acumulam-se. Espero começar em Setembro.
Antes da Covilhã, VI
- Entretanto, à pala das colaborações com o Diário do Sul, o Notícias do Algarve e o site www.sercultur.pt, tenho andado a girar pelo país, bato os festivais de cinema e de música e nunca estou mais de cinco dias na mesma cidade, o que, francamente, me agrada. Mas as colaborações não endinheiram ninguém e a minha conta bancária está a aproximar-se escandalosamente das duas casas decimais...- Felizmente, há uma amiga minha, a Anc. [nome alterado], que mora aqui em Évora (eu acabei de chegar hoje do Porto, com almoço em Coimbra), que me está a dever dinheiro..; Sim, tenho dormido com ela, mas esporadicamente. Eu até gosto bastante dela, mas, para variar, ela é uma pessoa problemática, daquelas que se tentam [verbo censurado] duas vezes por ano. Infelizmente, ela não está interessada em assumir uma relação e para mim é arreliador irmos para a cama SÓ quando ELA QUER.- E pronto, haveria outras tantas coisas a acrescentar, mas acho que me vou ficar por aqui. Digo-te só que estou a preparar uma incursão para fazer uma Pós-Graduação em temas de Estética na Universidade de Barcelona, em 2003 e que também estou a planear umas exposições de fotografia... Depois esclareço melhor sobre estes projectos.- Em princípio parto para o Sudoeste quinta-feira. Bye Alexaia Wed, 31 Jul 2002 00:12:55 +0100
25 noviembre 2004
Depois das histórias que fazem jus ao mito de que Coimbra sim tem mais encanto na despedida, entronquei agora noutras púngidas recordações escritas, há já mais de dois anos, para a Marta Miranda, a qual, curiosamente, viria a encontrar dois meses depois, de forma totalmente imprevisível, numa rua da Covilhã. Foi a primeira vez que estive em tal cidade. E ela também. Nenhum de nós fazia a menor ideia que o outro estaria por ali. E encontrámo-nos, aí, nessa rua estreita de cidade de província, às 21h da noite ou coisa assim.
O texto chama-se por isso, de forma apenas evocativa, ou seja, sem conteúdo algum, Antes da Covilhã, e apresenta algumas rasuras com respeito ao original. Isso explica-se pelo facto de ser uma carta e, portanto, nos dirigirmos a uma pessoa de forma que pode despertar sentimentos susceptíveis em terceiros, sobretudo se esses terceiros são aludidos. E dois anos é um tempo que já permite a revelação de alguns segredos, omissões, desatinos, transversalidades e considerações, mas não de todos, obviamente.Segue nos seguintes. Beijinhos. E que ninguém se magoe.
Antes da Covilhã, I
Para MARTA MIRANDA, 31 de Julho de 2002
Realmente, faz tempo que não falamos e tenho saudades tuas.Culpa minha porque não me informei devidamente do teu novo endereço de email, mas principalmente tua que não mo comunicaste, nem sequer tenho o teu actual nº de tm...Assim estaremos a partir de agora mais contactáveis, mutuamente, assim espero.De facto, tive a beber um copo com o Thom Yorke (e não Tom York, assim não casas com ele...) na sexta-feira passada no Aniki-Bóbó. Eh eh.Além da novidade da criação da revista, faço-te de bom grado um resumo dos meus últimos meses de vida, caso por ninguém tenhas sido informada:- Eu e a Xana rompemos (depois de tensões acumuladas ao longo de dois meses, que se revelariam fatais) em finais de Abril de 2001. Ela optou por deixar de me falar. Eu caguei.
Antes da Covilhã, II
- Sensivelmente nessa altura, comecei a andar com a Elza, uma pessoa extraordinária. Pelo menos, pensei assim até ela ter acabado comigo, em princípios de Setembro 2001.- Fiquei muito em baixo, até porque nunca percebi bem as razões que a levaram a cometer acto tão tresloucado. Foi depois da minha digressão europeia (tive uma semana na Bélgica, outra no Norte de Itália, e uma terceira em Madrid; foram umas férias féericas!).- Quando voltei, desfrutando ainda do maravilhoso trabalho no site da Yorn e das tremendas vantagens de mobilidade que me permitia, comuniquei-lhe que ia deixar de viver em Lisboa. Talvez essa tenha sido uma das razões. Mas ela nunca mo disse. Poderíamos ter conversado sobre o assunto.- De modos que, com o coração destroçado, sai mesmo de Lisboa. Aluguei um quarto em Coimbra, na RUA FERREIRA BORGES (sim, a sério!).
Antes da Covilhã, III
- Antes de me instalar lá, porém, fui a Faro (fim de Setembro) aproveitar as últimas deixas do Verão. Conheci a Margarida, com quem ainda mantenho hoje uma relação [Estamos em 31/7/2001]. Mas depois da Elza, [comentário censurado].- O último trimestre do ano passei-o a circular pelo país: Faro-Évora-Lisboa-Coimbra, sensivelmente à razão de uma semana em cada sítio. Consubstanciei-me enquanto entis viajatorius.- Entre Novembro e Dezembro tive uma aventura com Lina [parcialmente alterado].- Depois veio a má notícia: A Yorn ia cortar no orçamento, blá blá blá, prescindiram dos meus serviços. Fiquei na merda.- Em Janeiro e Fevereiro, continuando em Coimbra, procurei lá trabalho, e também no Porto, mas sem grande sucesso. Inscrevi-me num curso de Criação e Gestão de Empresas (daqueles de três meses em que não se aprende nada), uma vez que tinha algumas ideias para montar os meu próprios negócios.- Entretanto, entrei em rotura com a Visão. O último artigo meu que publicaram foi na primeira semana de Janeiro, 2002, sobre o Centro de Artes Performativas do Algarve (CAPA) e não gostei particularmente que me tivessem alterado o título e os últimos parágrafos do texto. Além disso, reduziram o pagamento.- Ainda assim, combinei mais dois artigos com eles, só que a coisa correu mal. O primeiro, sobre o Fantasporto, apareceu completamente alterado e sem o meu nome. O segundo, sobre o Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, ao que julgo, nem sequer foi publicado. Acontece que eu dei a cara pelos dois, fiz contactos, desloquei-me e no fim quem ficou mal visto fui eu. Não faço tenções de voltar a escrever para aquela revista de imbecis.
Antes da Covilhã, IV
- Tudo corria mal, portanto, até que recebi a visita de um amigo de infância, também chamado Alexandre, a pretexto de uma conferência sobre Globalização (um tema que lhe interessa), organizado pelo Boaventura Sousa Santos. Fui esperá-lo à Rodoviária e ele vinha com um sorriso de orelha a orelha. Razão: um concurso do Programa Europeu Leonardo da Vinci para trabalhar três meses em Itália, à razão de 999 euros mensais. Também fiquei entusiasmado.- Foi difícil aceitarem-me. Preferiam pessoas de Sociologia e de... Gestão de Empresas. Mas houve vagas que ficaram por preencher, eu insisti, levaram em conta o meu currículo e o facto de já falar um pouco de Italiano. Parti no início de Março para Lecce.- Lecce é a capital do Salento, uma subdivisão da Puglia. Fica no extremo sudeste da Itália, virado para a Grécia. É uma cidade de cem mil habitantes, mais 25 mil universitários. Cidade plana, de gente um pouco saloia mas muito simpática, deu para andar todos os dias de bicicleta e correr 3x por semana. Consegui assim abater as mega-calorias absorvidas diariamente com a pizza, a pasta, i bruschetti, i pannini, la puccia, i gelatti, ecc...- Fui destacado para o Centro di Turismo Culturale. O trabalho era uma merda - não fiz nada de jeito, mas quero lá saber. Fiz muitos amigos, viajei, diverti-me. Amores é que nada, ainda conheci umas quantas raparigas palpitantes, mas o máximo que consegui foi uma sessão de masturbação recíproca num jardim público às tantas da manhã. Sim, [é verdade:] a rapariga estava sobre o efeito de cocaína.
Antes da Covilhã, V
- Os três «affaires» que se começaram a desenhar, nunca se concretizaram por motivos absurdos: A MaSart [nome original censurado] porque estudava em Bari, vieram os exames e não voltou mais a Lecce; a Mazia [nome alterado] porque à última hora [motivo censurado] e ela ficou com remorsos de andar a flirtar comigo; a Vatti [nome alterado] porque... adoeceu[parcialmente censurado] e ficou de quarentana, precisamente quando me convidou para um romântico jantar na casa dela...- Houve ainda um episódio lamentável com uma osga que entrou no quarto que partilhava com meu amigo de infância supracitado. Quem tratou do bicho foi a nossa colega Sónia, uma destemida cabo-verdiana campeã de kick-boxing no seu país-natal. Entretanto, descobri que ela há anos que é minha vizinha em Évora, conhece os meus pais e tudo. Mas nunca nos tínhamos visto a não ser no dia em que fomos para Lecce. Todo este episódio estimulou a imaginação literária do meu parceiro Alexandre, que escreveu um pequeno conto ensaístico, o qual te mandarei depois, caso me consiga lembrar.- Voltei de Lecce no fim de Maio e, mais uma vez com o meu amigo Alexandre, fui inscrever-me num concurso público para um estágio de seis meses na CCRA (Comissão de Coordenação da Região Alentejo), aqui em Évora. Mas como se trata de um projecto ainda do Governo PS (nós estávamos em Itália aquando das eleições) o PSD está a sabotar e os atrasos acumulam-se. Espero começar em Setembro.
Antes da Covilhã, VI
- Entretanto, à pala das colaborações com o Diário do Sul, o Notícias do Algarve e o site www.sercultur.pt, tenho andado a girar pelo país, bato os festivais de cinema e de música e nunca estou mais de cinco dias na mesma cidade, o que, francamente, me agrada. Mas as colaborações não endinheiram ninguém e a minha conta bancária está a aproximar-se escandalosamente das duas casas decimais...- Felizmente, há uma amiga minha, a Anc. [nome alterado], que mora aqui em Évora (eu acabei de chegar hoje do Porto, com almoço em Coimbra), que me está a dever dinheiro..; Sim, tenho dormido com ela, mas esporadicamente. Eu até gosto bastante dela, mas, para variar, ela é uma pessoa problemática, daquelas que se tentam [verbo censurado] duas vezes por ano. Infelizmente, ela não está interessada em assumir uma relação e para mim é arreliador irmos para a cama SÓ quando ELA QUER.- E pronto, haveria outras tantas coisas a acrescentar, mas acho que me vou ficar por aqui. Digo-te só que estou a preparar uma incursão para fazer uma Pós-Graduação em temas de Estética na Universidade de Barcelona, em 2003 e que também estou a planear umas exposições de fotografia... Depois esclareço melhor sobre estes projectos.- Em princípio parto para o Sudoeste quinta-feira. Bye Alexaia Wed, 31 Jul 2002 00:12:55 +0100
25 noviembre 2004
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